Todo mundo pensando em deixa um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta??? Reportagem do Jornal ABC - DOMINGO, 14/06/09.
Essa questão surgiu num congresso sobre vida sustentável- e a frase encontrou ecos em muitas consciências. Cresce entre os pais a preocupação de como educar seus filhos num mundo marcado pela violência e no qual valores como honestidade e solidariedade estão cada vez mais diluídos.
Pode-se corrigir sem apelar para a mera repreensão? Como impor limites sem autoritarismo?
A pedagoga Bianca de Oliveira Cardoso e seu marido, o vendedor Régis Fabiano Cardoso, dizem que é preciso impor limites sem autoritarismo.Não esconder a realidade, mas tentar esclarecer a criança. É com firmeza, clareza, honestidade e carinho, que eles conseguem impor autoridade à sua pequena filha de 5 anos.
Os pais dizem que procuram mostrar para ela valores da família, que o ser é mais importante do que o ter, que o dinheiro não compra tudo. O casal fala que estão sempre atentos ao que a menina assiste na televisão, e quando ela ouve um noticiário(aquele em que a menina morreu ao cair do nono andar de um prédio), aproveitam para explicar a importância das telas de proteção das janelas, mas eles acreditam ser uma exceção entre as famílias atuais.
O psiquiatra da infância e adolescência Jefferson Escobar- constata que "houve uma inversão de padrões nas últimas décadas." Nos últimos anos, o núcleo familiar perdeu o papel determinante na formação do caráter das crianças e dos jovens- e isso independe de classe socioeconômica.
A autoridade paterna anda sumida em muitos lares. Os pais não dedicam tempo suficiente para cuidar de seus filhos. As crianças passam a maior parte do tempo na frente das babás eletrônicas, televisão e computador. O resultado é uma geração mais desorientada, carente de um embasamento mais sólido a respeito de limites, respeito com os outros, solidariedade e outras regras básicas de convivência. A nova geração cresce num ambiente social que cultua a individualidade e, até por isso, abre a porta para a violência.
O psiquiatra Jefferson, observa que há hoje uma inversão de padrões que põe as crianças em situação de risco. Uma transformação social que colocou em primeiro plano o prazer imediato em detrimento da ética. "Eu quero, eu pego." E a busca do prazer imediata, quando frustrada, pode se tornar um combustível para a violência.
A ausência da figura paterna- aquela que ensina a criança a ter atitudes moralmente mais responsáveis. É aqui que se detecta uma das raízes da situação atual. Nas últimas décadas a autoridade paterna( pode ser pai, mãe ou outro responsável) começou a desaparecer. Com o processo de aberturapolítica, passamos do "tudo proibido" para o "TUDO PERMITIDO". Os pais abriram mão, ainda que involuntariamente, da autoridade na formação dos filhos. E é justamente isso que precisa ser resgatado:coloca regras, impor limites e acompanhar com mais atenção o dia-a-dia das crianças.
O probleam não se restringe ao ambiente familiar e deságua caudalosamente no cotidiano escolar. O professor titular da Faculdade de Educação da UFRGS Fernando Becker, diz que a sociedade costuma se enganar sobre a função da escola. O ensino formal, esclarece, é continuidade de um processo que deve ser iniciado no núcleo da família. "À escola cabe apenas prover o indivíduo do conhecimento e da formação que a família não pode oferecer."
Becker reconhece que os professores estão despreparados, seja no conteúdo que ensinam, seja na forma de lidar com estudantes rebeldes. Segundo ele o professor deve exercer a autonomia do saber e não do poder. Em caso de violência por parte do aluno, deve entregar o caso para autoridades. E ele precisa trabalhar com uma pedagogia aberta, sem autoritarismo e sem deixar as coisas como estão para ver comoficam. E devetornar o aluno mais atuante no processo do conhe
cimento.
OBSTÁCULOS-dentor da preocupação de como as crianças e jovens são educados, os dados são pouco animadores.
ESCOLARIDADE- O Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef) revelou neste mês que 97,6% das crianças brasileiras entre 7 e 14 anso estão nas salas de aula, A procentagem rpresenta 27 milhões de estudantes.
Mas o Unicef chama a atenção para os 2,4% restantes. São 680 mil sem escola, a maioria formada por crianças negras, indígenas, quilombolas, pobres, sob o risco de violência e exploração, e com deficiência.
TRABALHO INFANTIL - Conforme o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, o número de menores trabalhando caiu cerca de 50% de 1992 a 2002. Mas ainda há cerca de 2,5 milhões de crianças e adolescentes menores de 15 anso trabalhando no Brasil.
EVASÃO ESCOLAR- Segundo a Fundação Getúlio Vargas(FGV), o grau de evasão na grande Porto Alegre entre jovens de 15 a 17 anos - chega a 18,7%. Trata-se da segunda pior taxa de evasão escoar ente as seis principais regiões metropolitanas do Brasil.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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2 comentários:
Essas tuas reflexões me fazem pensar na questão da lei, não é mesmo? Hoje em dia a autoridade e a lei estão ausentes. Estamos vivendo na época da carência deste tipo de intervenção e com ela vem todas as consequências disso. Abraço, Anice.
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