terça-feira, 3 de novembro de 2009

MENINO SELVAGEM

Ao iniciar o filme do Garoto Selvagem, torna-se agressivo e angustiante a "caça" a essa criança que foi abandonada e esquecida na floresta por sua própria família, após terem tentado matá-la. O modo como foi capturado e aprisionado numa prisão suja e fria é totalmente desumano, se analisarmos na atualidade, porém naquela época era uma prática muito comum, pessoas que nasciam diferentes eram totalmente abnegadas quando não assassinadas por serem anormais, estarem fora do contexto social.
Sua exposição na rua, mostra bem o desprezo das pessoas e a falta de sensibilidade com os "diferentes",amarrado pelo pé, como se fosse um animal sendo levado para a exposição.
Graças a curiosidade e dedicação do doutor Itard, que não acredita na tese de Truffaut, que considera-o inferior a um animal e mais idiota do que seus pacientes em Bicêtre. Itard diz que essa reação é devido ao tempo em que ele viveu isolado da civilização, que pelo seu entendimento é possível sim educá-lo. Decide assumir a responsabilidade por sua educação e levá-lo para sua residência, onde é bem recepcionado por sua governanta, que o recebe sem preconceito, sem nojo, pois o menino está em estado lastimável, ela acaba fazendo o papel da "Mãe" que ele nunca teve o privilégio de conhecer, recebe atenção, carinho e paciência de mabos os lados. O doutor e sua governanta são incansáves na luta para educar Victor, nome que ele recebe dos dois. Itard usa o método de Skinner, estímulo- resposta, e aos poucos Victor começa a se integrar ao novo meio, já põe a mesa, come usando garfo, começa a caminhar mais ereto, usa sapatos, etc. Até mesmo a emoção o menino aprende a demonstrar, as anotaçõe sod médico demonstram alegria pelos avanços na educação de Victor e ao mesmo tempo certa tristeza em não conseguir fazê-lo pronunciar as palavras. Sua memorização é impressionante, mesmo sabendo que tudo que ele faz é em prol de uma recompensa. Achei bonito e ao mesmo tempo triste o momento em que o médico deu-lhe um castigo,ao acertar certa atividade Victor ficou esperando sua recompensa, qual não foi sua surpresa quando Itard colocá-o dentro do quarto escuro, o desepero do menino em saber que o que tinha feito estava certo então porque receber aquele castigo, para o médico foi a glória, queria que o menino pudesse entender a grandiosidade daquele gesto.
A tristeza do médico quando o menino foge para a floresta, mas fica muito evidente que ele não consegue mais adptar-se novamente aquele meio, não conseguia encontrar sustento no meio da floresta, foi até a cidade roibar galinhas, não subia mais nas àrvores, nota-se ai a sua adaptação a nova vida. Esse filme ao meu ver é bem o retrato do desrespeito a pessoa surda, nessa época tratada como um anormal, a insensibilidade da maioria das pessoas é gritante, o isolamento delas em instituições, longe de suas famílias como se fossem um fardo muito pesado, uma vergonha, uma desonra ter um familiar surdo, diferente em casa. Ainda hoe encontramos pessoas preconceituosas, mas que não chegam ao cúmulo de atirar pedras, nem amarrar os surdos pelo pé para andar nas ruas. Graças a Deus podemos hoje nos comunicarmos com essas pessoas e ao contrário, termos a honra de aprendermos a conhecer essa língua de sinais ainda tão pouco difundida na sociedade dos ouvintes.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Ana Beatriz:

Este filme, bem como falaste, retrata muitas situações.

A gente percebe que somos permeados pela cultura. Somos seres civilizados e se não fôssemos seríamos como este menino selvagem que desconhece as leis.

Também percebemos que evoluímos muito em relação ao preconceito e isto é um aspecto extremamente positivo que nos leva a pensas que futuramente questões de hoje serão melhor enfrentadas.

Abraço, Anice.