segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ser professor - professora

Segundo o livro de Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, para ser professor -professora precisamos antes de tudo termos consciência de que ensinar exige.... pesquisa, respeito aos saberes dos educandos, criticidade, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, reflexão crítica sobre a prática, consciência do inacabamento, respeito a autonomia do ser do educando,bom senso, humildade, tolerância e luta aos direitos dos educadores, etc.
Acredito que todos temos essa consciência, mas são poucos os que a colocam em prática, observamos que a cada ano que passa, os educadores estão perdendo o estímulo para dar aula. O amor a profissão, ao educando que deveria nortear o nosso trabalho está ficando cada vez mais esquecido. Como podemos transmitir conhecimentos se não temos mais alegria de ensinar? Onde foi parar a alegria dos primeiros anos de docência? Como podemos fazer nossos alunos felizes se não temos mais o brilho nos nossos olhos? Se nossas aulas transformaram-se num processo mecânico- professor passa o conteúdo/ aluno escreve numa prova para ganhar uma nota. Que tipo de pessoas queremos formar, se nós que somos os mais capacitados para que ocorra essa transformação não nos importamos mais com a qualidade somente com a quantidade, se muitas vezes somos obrigados a ver nossos alunos como um algarismo. Estaremos tendo humildade suficiente para refletirmos e analisarmos nossa prática docente, a qual muitas vezes apresenta-se desgatada pela falta de motivação, inovação e até mesmo pela arrogância de certos colegas em não aceitarem auxílio de colegas mais novos mas com vontade de inovar. Que tipo de educadores somos ou seremos se não partir de nós a humildade, a sinceridade,a curiosidade, de sempre ir a busca de novidades e de caminhos que tragam benefícios para nossos educandos, mas sendo bem consciente de que meu aluno precisa participar dessa construção de conhecimento, tornando-se assim agentes que transformarão o meio no qual estarão inseridos.Atrevo-me a dizer que o fracasso escolar principalmente em matemática deve-se em grande parte a falta de motivação nas salas de aula, como seria melhor se os professores optassem pelo lúdico em suas aulas, não somente com os pequenos mas principalmente com os alunos maiores, pois todos gostamos de aprender brincando, interagindo com nossa aprendizagem, podendo dessa forma colocar em ação nossos conhecimentos, não de forma conduzida por um professor que manda, ordena e de um indivíduo que obedece sem oportunidade de questionar, mas de um jeito prazeroso e descontraído. Tenho na escola um exemplo vivo do que acabei de escrever. Temos um aluno com Síndrome de Down, estav em outra escola e só tirava nota 70, 80 em matemática, ao chegar em nossa escola encontrou professores que já rotularam-no sem dar chances do menino mostrar seus conhecimentos. Atualmente ele não consegue fazer cálculos de 2x2, e diz que jamais ganhou zero numa prova, e que aui na escola é só o que ele recebe. O que fazer com esses professores que não aceitam nossas sugestões, o que fazer para que esse aluno volte a te sua auto-estima elevada? É muito complicada essa situação!

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Ana Beatriz:

Trouxeste questionamentos e exemplos bem importantes para se pensar... muito da motivação do aluno parte da motivação do professor. Os rótulos são dados não só pelos pais, mas também pelos professores. Temos a capacidade de ajudar e também de atrapalhar alguém! É imprescindível que as pessoas tenham a noção de sua influencia nos demais e comecem a encontrar eficácia em suas atitudes.

Grande abraço, Anice.