Kant nos mostra que é na infância que a criança mais precisa de cuidados, esse cuidado reflete a disciplina e a instrução como formação inicial. Através da disciplina o indivíduo transforma sua animalidade em humanidade. Sabendo que o ser humano não tem instinto e que precisa por si mesmo formar seu projeto de conduta, necessitando que outros o façam por ele. É nesse ponto que Adorno escreve que é na primeira infância que podem ser criados os futuros criminosos, pois se esse indivíduo tem em seu meio mestres ruins, dificilmente poderá se transformar numa pessoa de boa índole. Podemos usar como exemplo: aquele homem (pai -tio)marginal, que apareceu na televisão ensinando o filho e a sobrinha a assaltar e ao mesmo tempo dar coronhadas nas pessoas. Uma geração educa a outra, nesse caso da pior forma possível.
Adorno diz que quanto melhor tratarmos as crianças, mais chances terão de se tornarem pessoas conscientes e educadas. No entanto, devemos observar os dois lados, crianças que são super-protegidas não desconfiam da crueldade que os cercam e podem estar expostos à barbárie uma vez que deixam a proteção dos adultos. Aqueles que vivem num ambiente de agressividade, aprendem a agredir, ou melhor aqueles que são tratados com brutalidade aprendem a serem brutos com os outros. Na escola são retratados dois aspectos bem distintos: pais que não estão dispostos ou sem tempo para cuidar dos filhos, principalmente da vida escolar. As crianças mostram-se agressivas, desleixadas, etc. Aqueles que não deixam os filhos caminharem sozinhos, passam o tempo inteiro ao redor dos mesmos, sem que eles venham a ter autonomia em seus atos. A força verdadeira contra a reincidência de Auschwitz seria a autonomia, a força para a reflexão, a autodeterminação e para a não participação.
A escola deve ser o meio pelo qual as crianças devem encontrar momentos para auto-reflexão, os docentes devem mostrar aos alunos os problemas que estão no cotidiano e fazê-los analisar os prós e contras de cada um deles, somente através da discussão orientada e democrática, poderemos ajudá-los a desenvolverem a sua autonomia e sua autodeterminação para escolherem os caminhos mais significativos em suas vidas.
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Um comentário:
Pois é, Ana Beatriz. Existem os pais super protetores e os que estão bem ausentes dos filhos. Estes dois extremos são perigosos e trazem conseqüências maléficas aos indivíduos. Abraço, Anice.
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