sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Educação de Surdos

Anterior ao ano de 1500, as pessoas surdas eram consideradas como seres diabólicos, anormais, excluídas de toda a vida em sociedade. Na Idade Média o médico italiano Girolamo Cardano, declarou que os surdos poderiam ser ensinados a ler e escrever mesmo sem utilizarem a fala.
Em 1880, no Congresso Internacional em Milão, houve debates para saber quais dos métodos seria o melhor para ensinar os surdos, Língua de Sinais ou o Oralismo. Vários motivos levaram a escolha do método oralista entre eles a idéia de que sem fala não existe pensamento. Muitos países, juntamente com Europa, adotaram o oralismo puro, houve afastamento dos professores surdos permanecendo apenas os docentes ouvintes. Os 100 anos de predominância do oralismo obtiveram poucos resultados quanto ao desenvolvimento da fala, pensamento e aprendizagem dos surdos. Existia uma preocupação apenas com o lado clínico da surdez. A língua de sinais ocorria apenas em ambientes escondidos, devido a isso a língua de sinais nunca se extinguiu, permanecendo como língua na vida dos surdos.
Quando perceberam que os surdos podiam aprender, iniciaram pesquisas e experimentos de diferentes metodologias e formas adaptadas de ensino. Entre elas:
Oralismo = baseia-se na crença de que a língua oral é a única forma possível de comunicação e desenvolvimento cognitivo para o sujeito surdo. A língua de sinais atrapalha o desenvolvimento da oralização.
Na década de 60 = foi proposto o uso simultâneo da língua dos sinais associada om a oralização, surgindo o modelo misto" Comunicação total"- consistia no uso simultâneo de palavras e sinais, uso da língua oral e da língua sinalizada.
Stokoe, início dos anos 60, começa a comprovar que as línguas de sinais são uma língua legítima, cm status linguístico, completa e complexa quanto qualquer outra língua.
As contribuições de Stokoe: Bilingüismo = propõe o acesso dos sujeitos surdos a 2 línguas no contexto social e escolar. Nessa ideologia de bilingüismo as crianças surdas precisam ser postas em contato primeiro com pessoas fluentes na língua de sinais, sejam seus pais, professores, etc.
Pedagogia surda = Skliar(1999), se constituem um programa de pesquisa em educação, onde as identidades, as línguas, os projetos educacionais, a história, a arte, as comunidades e as culturas surdas, são focalizados a partir da diferença, do seu reconhecimento político. O surdo é reconhecido como um sujeito completo e não como um sujeito deficiente, a quem falta algo. A Pedagogia surda não valoriza aquilo que falta, mas a cultura visual dos surdos em suas práticas.
A partir da metade dos anos de 1990, é introduzido a língua de sinais no currículo de escolas para surdos, começa-se a demonstrar o respeito à diferença surda. É desejo dos surdos que as escolas respeitem a lingua e a cultura surda e os preparem para o mercado de trabalho e meio social.
A luta pela inclusão educacional é questionada pelos surdos devido a estes permanecerem sob o poder de professores ouvintes, os quais ainda não dominam a língua de sinais.

Um comentário:

Ni disse...

Olá, Ana Beatriz!

Chegaste a levar para tua prática todo teu conhecimento em relação aos surdos? Já pensaste em como abordar este aspecto com os alunos e outros professores de tua escola? São questões para pensar, não é mesmo?

Abraço, Anice.