Hundert, é um professor que apesar de trabalhar em uma escola tradicionalista, procura ser inovador e através de um campeonato, motiva os alunos a estudarem sobre um assunto não muito inspirador. Suas aulas transcorriam dentro da normalidade, até que surge em sua sala, um menino não muito convencional. No primeiro dia já chega querendo transgredir regras e desafiando o mestre.
O professor resolve procurar o pai de tal menino um conhecido senador, quando chega ao seu gabinete percebe o porque da rebeldia do mesmo, pois seu genitor não preocupa-se com a moral do seu filho e sim comos ensinamentos que a escola deve passar pra ele e qual a importância de tais conteúdos.
Hundert, resolve então mudar seu modo de agir com o rapaz, incentiva-o a estudar e diz que acredita em seu potencial, que se ele desejar poderá ser o melhor de todos.
Nas primeiras provas ele obtem bons resultados o que não acontece na penúltima avaliação, então o professor na esperança de estar ajudando-o, muda sua nota e classifica-o para a final, deixando assim um rapaz que teve boas notas fora da final.
No dia da prova oral final, o professor desconfia que tal aluno está colando, devido as suas atitudes, discretamente comenta com o diretor da escola, mas o mesmo manda-o ignorar a trapaça e continuar com a prova.O professor diante de tal dilema moral, desmascarar o trapaceiro ou correr o risco de ver ameaçado sua carreira profissional, pois iria mexer com pessoas de forte influência social, e poderia trazer prejuízos até mesmo para a escola.
O professor então resolve do modo que julga ser menos penoso para todos, faz uma pergunta que não encontra-se nos livros, mas que só os alunos que assistem a sua primeira aula é que saberão responder, pois trata-se de um homem que venceu na vida através de muita trapaça e que nenhuma contribuição trouxe para sociedade. O rapaz então diz que não sabe a resposta, dando a vitória merecida para seu colega. Foi triste ouvir o professor dizer para o rapaz que fracassou com ele. Entregar um diploma para alguém que passou seu tempo escolar somente incomodando e servindo de mal exemplo para os outros, acredito ser um fator que desmotive qualquer docente.
Passados vinte anos, eis que o professor recebe um convite para refazer a prova de Júlio César na casa do tal filho do senador. Ao chegar lá ouve do mesmo que desta vez estudou para a prova. No transcorrer da prova novamente o professor percebe que algo está errado, e verifica que no fundo da sala existe um homem que através de um microfone bem pequeno, passa as respostas para o filho do senador. E novamente revivendo toda a angústia do passado, obriga-se a calar, da mesma forma que vinte anos atrás ele faza mesma pergunta que não havia resposta nos livros,e desbanca agora o futuro candidato a senador. Só percebe essa triste realidade quando ouve o mesmo anunciar sua candidatura e pedir o apoio de todos os presentes.
Mesmo sabendo que a escola educa mas não consegue mudar o caráter de uma pessoa acho que no fundo o professor esperava encontrar um homem modificado. Mas ao mesmo tempo ele também tinha consciência de que tudo poderia ter sido diferente se no dia daquela prova a vinte anos atrás, tivesse desmascarado o tal menino, quem sabe era a chance que ele estava esperando de alguém mostrar que o erro e a trapaça não valem a pena mudando assim o destino de um jovem que tinha condições de vencer por seus próprios esforços.
Percebo que assim como no filme, muitas vezes nos encontramos diante de certos dilemas que naquele momento tal atitude parece mais acertada mas que depois de mais reflexão vemos que poderíamos ter agido de outra forma. Essa é a nossa realidade acertando com uns errando com outros, mas sempre com a esperança de que seja para o melhor daquela criança.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
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Um comentário:
Olá, Ana Beatriz: Esse filme retrata alguns dos dilemas que vocês, professores, tem que passar. Interessante como uma atitude pode modificar o fim ou intuito, não é mesmo? São questões a se pensar e entender que uma simples atitude pode influenciar muita coisa. Abraço, Anice.
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