terça-feira, 20 de novembro de 2007

Contos de Fadas





As histórias populares constituem uma categoria diferente entre os clássicos. Contos são criações populares, isso é, foram feitas por artistas do povo, que ficaram anônimos. Pessoas que trabalharam coletivamente - quem contava um conto, aumentava um ponto, acrescentava uma situação, modificava um detalhe, repetia um elemento. Durante muitos e muitos séculos, nem ao menos foram escritos. Sobreviveram e se espalharam por toda parte graças à memória e a habilidade narrativa de gerações de contadores, que dedicavam parte das longas noites do tempo em que não havia eletricidade para entreter a si mesmos e aos outros contando e ouvindo histórias. Para muitos estudiosos, estão associados a alguns ritos das sociedades primitivas - ritos de passagem de uma idade para outra, ou de um etado civil para outro. Por isso, guardariam tantas marcas simbólicas da puberdade e do início da atividade sexual. A insistência do sangue feminino(as gotas sobre a neve, que caem do dedo da mãe que borda ao se iniciar Branca de Neve, ou A Bela Adormecida que se pica no fuso de uma roca),no vermelho (Chaupezinho Vermelho), ou a rosa ( A Bela e a Fera), por exemplo, vestígios da primeira menstruação. O Pé de Feijão que cresce incontrolavelmente durante a noite, a torre alta que se ergue solitária ou o enfrentamento de dragões e gigantes(figuras paternas) que devem ser derrotados, se refeririam a ritos de puberdade masculina. Essas histórias corriam por todo canto e, de vez em quando, serviam de tema para que algum escritor se inspirasse nelas e desenvolvesse sua própria narração. Na França do século XVII, algumas mulheres se dedicaram a recolher essas histórias que as encantavam e lhes dar uma forma mais literária. Mas quem se celebrizou por fazer isso foi um francês chamado CHARLES PERRAULT, em 1697 recontou e publicou alguns poucos desses contos, narrando-os em finos versos ou prosa burilada(gravada), e fazendo-as vir acompanhada de uma moral. Algumas de suas obras: Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar, Barba Azul, As Fadas, O Gato de Botas, Pele de Asno, Cinderela, Os Desejos Ridículos, Riquete de Topete. Em 1802, na Alemanha, dois irmãos Wilhelm e Jacob Grimm, reuniram 210 contos, tendo com objetivo preservar um patrimônio literário tradicional do povo alemão e ao alcance de todo mundo. Com esse objetivo, os contos eram narrados em prosa e numa linguagem bem próxima da oralidade, de um jeito parecido ao que era falado pela gente do povo que contava essas histórias havia séculos. O trabalho dos autores foi compilar esse material, coletado com cuidado, e recontá-lo com omáxio de fidelidade possível, bem próximo a linguagem dos contadores populares. Além dos contos que já constava nas obras de Perrault, os irmãos Grimm, ajudaram a trazer até nós alguns contos de fadas absolutamente eternos e conhecidíssimos até hoje. Branca de Neve, O Rei Sapo, Os Cisnes Selvagens, Os Músicos de Bremen, O Alfaiate Valente, Rumpeltistiskin, João e Maria, A Guardadora de Gansos. Algumas décadas depois, outra grande antologia de contos de fadas surgiu também na Europa. O responsável por ela foi um dinamarquês- Hans Christian Andersen, muitas vezes chamado o "pai da literatura infantil". Andersen se diferencia de Perrault e dos Grimm porque não se limitou a recolher e recontar as histórias tradicionais que corriam pela boca do povo, fruto de uma coleção secular coletiva e anônima. Ele criou várias histórias novas seguindo os modelos dos contos tradicionais, porém trazendo sua marca individual e inconfundível - uma visão poética misturada com profunda melancolia. Algumas de suas novidades: O Patinho Feio, A Roupa Nova do Imperador, Polegarzinha, A Pequena Sereia, O Soldadinho de Chumbo, O Pinheirinho e outros. Essa possibilidade acendeu a imaginação de outros autores. Começaram a ser criadas algumas obras especialmente para a leitura infantil sem intenção didática. Contos de Fadas = é uma forma de literatura. Uma manifestação artística por meio de palavras. Uma forma de produção cultural que tem seu próprio sentido, lentamente elaborado pelos diferentes elementos da narrativa, à medida que a história se desenrola e se encaminha para seu final, consolidando seu significado profundo. Esse significado pode ser consciente por parte do(s) artista(s) que a criaram. Raramente essas coisas se passam obedecendo a planos pré-traçados ou a uma vontade explícita de passar alguma mensagem, de qualquer maneira toda narrativa literária se constrói em cima de elementos que vão se correspondendo de modo coerente e que aos poucos vão erigindo um edifício de sentido. É por isso que o homem conta histórias- para tentar entender a vida, sua passagem pelo mundo, ver na existência alguma espécie de lógica.

INFÂNCIA E LITERARURA INFANTIL

Foi a partir, principalmente, do estudo de Philippe Ariés - História Social da Infância a da Família - que a infância passou a ser compreendida como uma construção histórica e cultural e não mais como uma simples fase natural, universal e homogênea. Ou seja, cada sociedade, em cada tempo histórico atribui determinados significados à fase inicial da vida humana. Além disso, ser uma criança de classe média e de classe popular hoje pode representar vivências, hábitos e valores diferentes. Segundo Áries, na Idade Média a infância era muito reduzida, logo que a criança adquirisse uma certa independência dos adultos(falar, andar,comer sozinha), era introduzida no mundo dos adultos e passava a circular em todos os ambientes destes. A arte medieval demonstrava essa indiferenciação entre adultos e crianças, ao representar as crianças com os mesmos traços e roupas dos adultos. A partir do século XVI, inicia-se o processo de constituição da infância. A escolarização separa as turmas de crianças dos adultos. Ocorre uma moralização dos jogos, danças, linguagem, comportamentos, etc, além de se iniciar uma vigilância constante sobre a sexualidade das crianças. A criança passa a ser o centro das atenções da família e a escola passa a ser a instituição que vai guiá-la para atingir a razão e para formá-la de acordo com um determinado ideal. Surgem os especialistas - formando os campos da Psicologia, Puericultura, Pedagogia e Pediatria. Ao lado dessa nova visão de infância, é construída uma nova concepção de família. Só faz sentido flar em literatura infantil quando se possui algo chamado infância, foi durante esse período que surge a chamada literatura infantil, cujo objetivo, no início era o de integrar a criança ao mundo, a literatura surge como materiaç essencialmente educativo. As primeiras obras destinadas ao público infantil, são compilações, coletâneas escritas de contos populares, que nasceram na boca do povo e traziam marcas de fome e de luta pela sobrevivência, retratando as condiçõesdos camponeses europeus na Idade Média.

LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

A Literatura brasileira para crianças já tem mais de cem anos. Mas pode-se dizer que ela está numa época de grande florescimento. Que tendências existem na literatura disponível para crianças no Brasil??? -heterogeneidade da produção de títulos( obras originais, instigantes, ao lado de obras pobres, vendidas a preços muito baratos, sem indicação de autor e editora); - livros em que a narrativa é feita através de imagens(tendência tem florescido nos últimos anos); - livros onde se percebe uma grande preocupação com a própria linguagem, e na metalinguagem, Ziraldo e Eva Furnari exmplificam essa tendência; - livros em que os velhos contos de fada são trazidos com nova roupagem, às vezes em forma de paródias( Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Fernanda Lopes de Almeida, Bartolomeu Campos Queirós, Eliardo França, são alguns desses autores); -livros com humor e ironia (Sylvia Orthoff); - livros que abordam com delicadeza dramas humanos do cotidiano( menor abandonado, separação dos pais, etc); É importante que os professores conheçam os principais autores da literatura infantil brasileira atual.

FÁBULAS

O Lenhador - autor desconhecido










Existiu um lenhador que acordava às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.
Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses, e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem e, portanto, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança.
O lenhador sempre retrucava com os vizinhos e falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
-Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu filho.
-Quando sentir fome, comerá seu filho!
Um dia o lenhador,cansado do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada... O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa.
Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta.
O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.
Moral: Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar.

Livro: "A magia das Virtudes" - Tânia Dias Queiroz e Paula Adriana Ribeiro, pág.63 e64.

Mas o que é uma Fábula?? os antigos diziam que fábula é uma história mentirosa que mostra uma verdade.

As fábulas são narrativas- em prosa ou em verso- que geralmente apresentam animais como personagens. Animais que pensam, sentem, agem e falam como se fossem pessoas. Esse recurso de atribuir características humanas a outros seres(animais, plantas, objetos) é conhecido como personificação.

Como as fábulas são muito antigas, há muitas e muitas versões, sendo difícil determinar qual é a versão original.

As fábulas mostram pontos de vista sobre comportamentos humanos. Ou seja, recomendam certos comportamentos e censuram outros, que devem ser evitados. Esse ponto de vista ou opinião costuma ser explicitado no início ou no fim das fábulas e é chamado lição ou moral.

Nem toda fábula tem uma moral explícita e, em diferentes versões, a moral pode variar, mesmo quando os personagens e os acontecimentos são os mesmos. Isso mostra que diferentes leitores podem tirar diferentes lições de uma mesma fábula.