terça-feira, 26 de maio de 2009

É brincadeira, as coisas que acontecem dentro da escola

Recebemos hoje na escola uma moça, para ser monitora dos alunos de inclusão. Ela atenderá a turma de 2º ano e a minha de 1º ano mais especificamente. Após o recreio ela veio para minha turma, eu já estava com uma monitora na sala. Precisei descer para digitar um ofício para a diretora,e deixei as duas com as crianças. Não levou 10 minutos veio a monitora Marta, chamando desesperada que o aluno X,havia descido para tomar água e não queria ir para a sala, que a monitora da inclusão estava me chamando. Olhei para a Marta e respondi, mas a monitora da inclusão não é ela??? Porque esta me chamando?? Ela que se vire! Vá resolver o surto do aluno X.
Quando retornei a sala, parecia que tinha acontecido uma guerra dentro da sala, uma bagunça, uma sujeira!!
Fiquei pensando, é tão fácil achar defeitos nos professores, mas quem é que aguenta tudo sozinho??? Que muitas vezes tem vontade sair correndo, de tantos problemas que possui em sua sala, mas continua firme, sem chamar ninguém!! Então vem pessoas dizendo que irão trabalhar com a inclusão e no primeiro problema que aparece já chama correndo o titular!! Vão se virar!!! Estão ganhando para ajudar, auxiliar e ainda querem moleza!!!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Professor sempre dá um jeito

Frente a esta gritante onda de violência que estamos vivenciando, seja na sociedade, na família e dentro das escolas. Eu e a professora Elisabeth (estamos responsáveis pela biblioteca), resolvemos fazer uma palestra sobre o tema VIOLÊNCIA, a SMED nos mandou o nome de um Frei que mora bem próximo de nossa escola, para ser o palestrante. Um rapaz bem jovem( 27 anos), já cursando sua segunda faculdade, trabalhando em prol das comunidades, e principalmente com jovens. Ele fez uma técnica, que achei bem interessante, convidou os jovens para fazer um passeio de barco, e que ficariam um mês numa ilha, então todos deveriam fazer sua mala e nela teriam que colocar 10 coisas que achassem de essencial valor. Iniciada a viagem, o capitão diz que o mar está turbulento e que eles precisam jogar fora 3 coisas, passado em tempo o capitão avisa que é necessário se desfazer de mais 3 coisas. Começa então o tumulto dos jovens, o que deixar e o que jogar fora. Passado mais algum tempo joguem mais 2 coisas, desespero total!! Quase chegando em terra firme é preciso jogar mais 1 coisa. E agora que escolha fazer, achei interessante um menino que disse assim - vou jogar fora meu irmão, e ficar com meu pai e mãe. O que posso fazer??
Então ao chegar em terra firme, o Frei questiona a eles, qual foi o item mais importante que sobrou, FAMILIA, JESUS, BÍBLIA, CELULAR, ROUPAS, CACHORRO, AMIGOS, ETC. Foram algumas das prioridades que surgiram. Novo questionamento, qual foi o momento mais difícil de fazer as escolhas? E na sua vida atual qual a coisa mais importante na sua escolha pessoal. Quais os valores que vocês estão priorizando e suas vidas?
A palestra continua, mas o resumo da palestra foi assim, vocês estão na idade mais fácil de fazer escolhas, mas precisam ter o cuidado de escolhar o caminho certo, pois a vida e "os amigos" nos levam por estradas não tão confiáveis, e precisamos saber dizer Não no momento certo, pois depois poderá ser tarde demais.
Impressionante,como a família está cada vez mais longe da escola, essa palestra foi estendida aos pais e responsáveis dos alunos, temos no turno da manhã uns 150 alunos, SEIS pais compareceram. Um deles inclusive nos deu a idéia de fazermos um projeto, para estender até o final do ano esse assunto. Ele achou muito boa a palestra e interessante que seja trabalho mais profundamente com os alunos problemas da escola. Essa é a nossa missão, lutar contra a maré, no caminho que estão todos voltando, nós estamos indo em busca de uma verdade que ás vezes parece ser somente do professor, que está sempre com a esperança de fazer a diferença.

Inclusão só com laudo???

Temos m minha escola duas turmas de 1º ano, uma no turno da manhã com 8 alunos, e a minha no turno da tarde com 20 alunos. Sendo que nessa turma da manhã tem um menino bem complicado, ele toma remédios para um problema que tem na cabeça( a mãe não sabe bem o nome do problema, só que é uma parte do cérebro que tem problema). Mas como para a mantenedora o que importa é sala cheia, chamou a direção e mandou desfazer essa turma, passando todos para o turno da tarde. E a professora da manhã, irá assumir uma turma de pré que está para chegar.
A diretora me chamou e perguntou se eu aceitava os alunos, como dizer não, se preciso trabalhar e os alunos precisam estudar.
Pedi para a equipe diretiva me dar um suporte, pois tenho uma menina no turno da tarde, que não se enquadra com esse menino do turna da manhã. Tenho um com Fibrose Cística, outra com problemas de visão, três hiperativos, enfim problemas é que não faltam!!!!
Agora pergunto a todos, onde está a qualidade de ensino, de atendimento em uma sala de 1º ano com 28 crianças, e apenas uma professora para dar conta de todos.Até agora estava conseguindo dar um atendimento mais individual para aqueles que tem mais dificuldades, os mais lentos. E a partir de agora??? O que fazer??? Como agir???
O interessante é que as pessoas que hoje estão no comando da mantenedora, já passaram por uma sala de aula. Será que esqueceram da realidade que temos nas escolas??? Ou é mais fácil fechar os olhos, e deixar que os professores se virem do que jeito que conseguirem??
Essa éa inclusão que temos em nossas escolas, salas cheias, professor sem suporte, alunos cada vez mais problemáticos, famílias sem estrutura alguma, e VIVA O PROFESSOR!!! VIVA A INCLUSÃO!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Organização básica do sistema nervoso.

Coordenar e controlar a maior parte das funções de nosso corpo, esse é o papel primário do SN - Sistema Nervoso.
A cada momento somos bombardeados por milhares de informações, porém armazenamos e utilizamos aquelas que sejam significativas para nós e descartamos as outras.
Aprendemos aquilo que vivenciamos e a oportunidade de relações e correlações, exercícios, observações, auto-avaliação e aperfeiçoamento na execução das tarefas fará diferença na qualidade e quantidade do que poderemos aprender no curso de nossas vidas.

LEFEVRE, diz:Desde o nascimento, o cérebro infantil está em constante evolução através de sua inter-relação com o meio. A criança percebe o mundo pelos sentidos age sobre ele, e essa interação se modifica durante a evolução, à medida que domina seu corpo.
A criança com deficiência não pode estar em um mundo à parte para desenvolver habilidades motoras. É preciso que ela receba os benefícios tecnológicos e de reabilitação em constante interação com o ambiente ao qual ela pertence.
O ambiente escolar é para qualquer criança o espaço por natureza de interação uns com os outros.
O aprednizado ganha mais sentido quando a criança está num ambiente de convívio e participação. A inclusão escolra é uma oportunidade para que a crinaça com deficiência física não fique a parte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Clube do Imperador

Hundert, é um professor que apesar de trabalhar em uma escola tradicionalista, procura ser inovador e através de um campeonato, motiva os alunos a estudarem sobre um assunto não muito inspirador. Suas aulas transcorriam dentro da normalidade, até que surge em sua sala, um menino não muito convencional. No primeiro dia já chega querendo transgredir regras e desafiando o mestre.
O professor resolve procurar o pai de tal menino um conhecido senador, quando chega ao seu gabinete percebe o porque da rebeldia do mesmo, pois seu genitor não preocupa-se com a moral do seu filho e sim comos ensinamentos que a escola deve passar pra ele e qual a importância de tais conteúdos.
Hundert, resolve então mudar seu modo de agir com o rapaz, incentiva-o a estudar e diz que acredita em seu potencial, que se ele desejar poderá ser o melhor de todos.
Nas primeiras provas ele obtem bons resultados o que não acontece na penúltima avaliação, então o professor na esperança de estar ajudando-o, muda sua nota e classifica-o para a final, deixando assim um rapaz que teve boas notas fora da final.
No dia da prova oral final, o professor desconfia que tal aluno está colando, devido as suas atitudes, discretamente comenta com o diretor da escola, mas o mesmo manda-o ignorar a trapaça e continuar com a prova.O professor diante de tal dilema moral, desmascarar o trapaceiro ou correr o risco de ver ameaçado sua carreira profissional, pois iria mexer com pessoas de forte influência social, e poderia trazer prejuízos até mesmo para a escola.
O professor então resolve do modo que julga ser menos penoso para todos, faz uma pergunta que não encontra-se nos livros, mas que só os alunos que assistem a sua primeira aula é que saberão responder, pois trata-se de um homem que venceu na vida através de muita trapaça e que nenhuma contribuição trouxe para sociedade. O rapaz então diz que não sabe a resposta, dando a vitória merecida para seu colega. Foi triste ouvir o professor dizer para o rapaz que fracassou com ele. Entregar um diploma para alguém que passou seu tempo escolar somente incomodando e servindo de mal exemplo para os outros, acredito ser um fator que desmotive qualquer docente.
Passados vinte anos, eis que o professor recebe um convite para refazer a prova de Júlio César na casa do tal filho do senador. Ao chegar lá ouve do mesmo que desta vez estudou para a prova. No transcorrer da prova novamente o professor percebe que algo está errado, e verifica que no fundo da sala existe um homem que através de um microfone bem pequeno, passa as respostas para o filho do senador. E novamente revivendo toda a angústia do passado, obriga-se a calar, da mesma forma que vinte anos atrás ele faza mesma pergunta que não havia resposta nos livros,e desbanca agora o futuro candidato a senador. Só percebe essa triste realidade quando ouve o mesmo anunciar sua candidatura e pedir o apoio de todos os presentes.
Mesmo sabendo que a escola educa mas não consegue mudar o caráter de uma pessoa acho que no fundo o professor esperava encontrar um homem modificado. Mas ao mesmo tempo ele também tinha consciência de que tudo poderia ter sido diferente se no dia daquela prova a vinte anos atrás, tivesse desmascarado o tal menino, quem sabe era a chance que ele estava esperando de alguém mostrar que o erro e a trapaça não valem a pena mudando assim o destino de um jovem que tinha condições de vencer por seus próprios esforços.
Percebo que assim como no filme, muitas vezes nos encontramos diante de certos dilemas que naquele momento tal atitude parece mais acertada mas que depois de mais reflexão vemos que poderíamos ter agido de outra forma. Essa é a nossa realidade acertando com uns errando com outros, mas sempre com a esperança de que seja para o melhor daquela criança.

O cuidado dos colegas

Tenho um aluno como já citei no fórum de necessidades especiais com Fibrose Cística, precisa tomar enzimas antes de suas refeições. Esse ritual, digamos assim acontece desde o ano passado(pré-escola) os colegas já sabem e ajudam a cuidar para ver se o menino toma seu remédio, hoje achei tão bonito, estávamos na biblioteca após o recreio, e um colega perguntou para o menino:
- Fulano, tomou teu remédio hoje?
- É claro que tomei.
- Mas eu não vi, acho que tu tá me enganando!
- Tu é que tá enganado, eu tô tomando direitinho.
E assim continuou o assunto. Fiquei contente em perceber que não existe a exclusão entre os pequenos, quem exclui infelizmente são os maiores e até os pais. Pessoas mal informadas que muitas vezes pensam que aquela criança que precisa tomar medicamento periódico, que possui um jeito diferente da maioria é um ser de outro mundo.Enquanto docentes procuramos orientar para que a inclusão seja cada vez mais aceita, mas fica difícil quando temos uma maioria bem preconceituosa lutando contra a nossa palavra. É bonito perceber o cuidado que eles têm com esse coleguinha, que precisa tomar medicamento, para não ir parar no hospital.Pena que toda essa pureza daqui a pouco acabe, e alguns venham a se tornar adultos maldosos, arrogantes e prepotentes.
Fiquei pensando, porque todo o tarbalho que tivemos no semestre passao com nosso PA, não foi valorizado. Digo isso, pois é assim que sinto, fizemos tanto esforço, tantas pesquisas e agora simplesmente, nos mandam iniciar outro PA, observando os passos que o professor e tutores nos darão. Fiquei com a sensação de trabalho jogado fora! Porque não podemos simplesmente continuar com a mesma página e irmos aprimorando o que não ficou bem a contento dos professores. E como pegar o trabalho de pesquisa que pedimos a um aluno e simplesmente rasgá-lo, ou pedir a ele que ignore tudo o que fez e inicie novamente de uma outra maneira. Estão sempre nos dizendo que devemos valorizar a construção de nossos alunos, incentivá-los a pesquisar, e o que fazem conosco é totalmente o contrário. Espero que nesse semestre e nos próximos nosso PA, seja valorizado e que sirva realmente para nosso aprendizado, pois da forma como aconteceu, eu fiquei totalmente desmotivada a iniciar outro.
Quando li o trabalho de questões étnico-raciais, no qual deveria entrevistar 4 alunos negros, e questioná-los sobre "Como você se sente como aluno negro nesta escola", fiquei apreensiva será que não seria mal interpretada por esses pré-adolescentes. Mas resolvi encarar o desafio. Deixei bem claro que a entrevista seria muito confidencial e que ninguém dentro da escola saberia o que iríamos falar e que eles deveriam fazer o mesmo, isto é, não comentar com os outros o que conversamos.
A primeira surpresa que tive foi nenhum deles sofreu preconceito dentro da escola, por parte dos colegas, a não ser um deles que veio de outra escola e sofria de racismo dentro da mesma. O relato da menina que ouviu palavras maldosas de uma professora, foi bem angustiante, pois entre educadores não deveria existir esse tipo de discriminação. Nós sabemos que têm crianças que não tomam banho, não usam roupas limpas, mas sabemos também que existem diversas maneiras de falar sobre tal assunto. No entanto, temos docentes que não possuem essa sensibilidade, e acabam prejudicando o trabalho que levamos tempo para construir. Essa professora que disse certas coisas para algumas alunas,veio de outra escola, está chegando em um local diferente e não procura investigar para ver como as colegas atuam, como agem, para que o trabalho continue em construção.
Outra questão que chamou muito minha atenção, foi a de uma menina que tem 11 irmãos, mora numa residência bem humilde(são duas peças na casa), e seu projeto para o futuro é casar ter filhos, trabalhar num restaurante ou ser faxineira. Isso me fez refletir até que ponto nós estamos atuando positivamente na vida dessas crianças, será que não mostramos á eles que somente com o estudo, o esforço, eles poderão ter uma vida melhor do que a sua atual?
Pude verificar que a família possui sim, grande influência sobre a vida de seus filhos, e quando eles não percebem essa presença, essa força positiva, ficam desiludidos, sem motivação para irem em frente, em mostrar que podem vencer e mudar o rumo de suas vidas.
O menino que tem muito incentivo do pai( possui uma família bem constituída), tem belos planos para seu futuro, pretende ser um jornalista, ganhar bem ,ter uma esposa que trabalhe para adquirirem sempre mais, ter filhos que sejam bons alunos na escola, fiquei emocionada, pois no meio de tantos que mal sabem o que querem amanhã, encontrar uma criança de 11 anos com pensamentos tão positivos, tão bem direcionados mostra que vale a pena sonhar, em ver o dia que o racismo e preconceito serão eliminados de nosso vocabulário e da nossa vida.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Exclusão, não acontece só com alunos especiais

Depois de tudo que li nos textos sobre pessoas com necessidades educacionais especiais, realto que a inclusão x exclusão aconteça somente com crianças especiais. Temos nas escolas colegas que fazem distinção entre professores diplomados e não diplomados( como se um canudo fizesse alguém ser melhor ou pior), no entanto é assim que acontece no meio de docentes, pessoas que ao meu ver não deveriam ter esse tipo de preconceito, pois escola é um lugar em que devemos aprender mutuamente, com a troca de experiências, de atividades( certas ou erradas), pois aprendemos mais com os erros do que com os acertos.
Lendo Sócrates, percebi que precisamos fazer como ele, se preciso for lutar até o fim, mas termos consciência que não somos melhor do que os outros, que possuimos defeitos, somos pessoas que necessitam de ajuda e compreensão.
Estou tentando fazer como ele, lutando para conseguir meu espaço, dentro de uma instituição que deveria ser a primeira a não ter preconceito, a não excluir os outros, mas observo que é bem ao contrário, o discurso diverge da prática. Tenho colegas com um discurso maravilhoso, mas quando têm que por em prática é uma catástrofe. Tenho pena dessas pessoas que perderam um enorme tempo em uma cadeira de faculdade, tiraram seus diplomas, mas nada mudaram em seu cotidiano. Será que vale a pena estudar tanto e continuar como sempre?? Para que serve ter tanto orgulho??? Uma pessoa que vive humilhando os outros, será que sente o seu ego fortalecido???
Como um educador assim trabalha com seus alunos??? Que tipo de valores desenvolve com as crianças?? É uma pena que esse docentes ainda tem tanto tempo dentro das salas de aula!!! É só um desabafo!!!