segunda-feira, 22 de junho de 2009

Relação texto Kant e Adorno

Kant nos mostra que é na infância que a criança mais precisa de cuidados, esse cuidado reflete a disciplina e a instrução como formação inicial. Através da disciplina o indivíduo transforma sua animalidade em humanidade. Sabendo que o ser humano não tem instinto e que precisa por si mesmo formar seu projeto de conduta, necessitando que outros o façam por ele. É nesse ponto que Adorno escreve que é na primeira infância que podem ser criados os futuros criminosos, pois se esse indivíduo tem em seu meio mestres ruins, dificilmente poderá se transformar numa pessoa de boa índole. Podemos usar como exemplo: aquele homem (pai -tio)marginal, que apareceu na televisão ensinando o filho e a sobrinha a assaltar e ao mesmo tempo dar coronhadas nas pessoas. Uma geração educa a outra, nesse caso da pior forma possível.
Adorno diz que quanto melhor tratarmos as crianças, mais chances terão de se tornarem pessoas conscientes e educadas. No entanto, devemos observar os dois lados, crianças que são super-protegidas não desconfiam da crueldade que os cercam e podem estar expostos à barbárie uma vez que deixam a proteção dos adultos. Aqueles que vivem num ambiente de agressividade, aprendem a agredir, ou melhor aqueles que são tratados com brutalidade aprendem a serem brutos com os outros. Na escola são retratados dois aspectos bem distintos: pais que não estão dispostos ou sem tempo para cuidar dos filhos, principalmente da vida escolar. As crianças mostram-se agressivas, desleixadas, etc. Aqueles que não deixam os filhos caminharem sozinhos, passam o tempo inteiro ao redor dos mesmos, sem que eles venham a ter autonomia em seus atos. A força verdadeira contra a reincidência de Auschwitz seria a autonomia, a força para a reflexão, a autodeterminação e para a não participação.
A escola deve ser o meio pelo qual as crianças devem encontrar momentos para auto-reflexão, os docentes devem mostrar aos alunos os problemas que estão no cotidiano e fazê-los analisar os prós e contras de cada um deles, somente através da discussão orientada e democrática, poderemos ajudá-los a desenvolverem a sua autonomia e sua autodeterminação para escolherem os caminhos mais significativos em suas vidas.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Para refletir!!!

Todo mundo pensando em deixa um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta??? Reportagem do Jornal ABC - DOMINGO, 14/06/09.
Essa questão surgiu num congresso sobre vida sustentável- e a frase encontrou ecos em muitas consciências. Cresce entre os pais a preocupação de como educar seus filhos num mundo marcado pela violência e no qual valores como honestidade e solidariedade estão cada vez mais diluídos.
Pode-se corrigir sem apelar para a mera repreensão? Como impor limites sem autoritarismo?
A pedagoga Bianca de Oliveira Cardoso e seu marido, o vendedor Régis Fabiano Cardoso, dizem que é preciso impor limites sem autoritarismo.Não esconder a realidade, mas tentar esclarecer a criança. É com firmeza, clareza, honestidade e carinho, que eles conseguem impor autoridade à sua pequena filha de 5 anos.
Os pais dizem que procuram mostrar para ela valores da família, que o ser é mais importante do que o ter, que o dinheiro não compra tudo. O casal fala que estão sempre atentos ao que a menina assiste na televisão, e quando ela ouve um noticiário(aquele em que a menina morreu ao cair do nono andar de um prédio), aproveitam para explicar a importância das telas de proteção das janelas, mas eles acreditam ser uma exceção entre as famílias atuais.
O psiquiatra da infância e adolescência Jefferson Escobar- constata que "houve uma inversão de padrões nas últimas décadas." Nos últimos anos, o núcleo familiar perdeu o papel determinante na formação do caráter das crianças e dos jovens- e isso independe de classe socioeconômica.
A autoridade paterna anda sumida em muitos lares. Os pais não dedicam tempo suficiente para cuidar de seus filhos. As crianças passam a maior parte do tempo na frente das babás eletrônicas, televisão e computador. O resultado é uma geração mais desorientada, carente de um embasamento mais sólido a respeito de limites, respeito com os outros, solidariedade e outras regras básicas de convivência. A nova geração cresce num ambiente social que cultua a individualidade e, até por isso, abre a porta para a violência.
O psiquiatra Jefferson, observa que há hoje uma inversão de padrões que põe as crianças em situação de risco. Uma transformação social que colocou em primeiro plano o prazer imediato em detrimento da ética. "Eu quero, eu pego." E a busca do prazer imediata, quando frustrada, pode se tornar um combustível para a violência.
A ausência da figura paterna- aquela que ensina a criança a ter atitudes moralmente mais responsáveis. É aqui que se detecta uma das raízes da situação atual. Nas últimas décadas a autoridade paterna( pode ser pai, mãe ou outro responsável) começou a desaparecer. Com o processo de aberturapolítica, passamos do "tudo proibido" para o "TUDO PERMITIDO". Os pais abriram mão, ainda que involuntariamente, da autoridade na formação dos filhos. E é justamente isso que precisa ser resgatado:coloca regras, impor limites e acompanhar com mais atenção o dia-a-dia das crianças.
O probleam não se restringe ao ambiente familiar e deságua caudalosamente no cotidiano escolar. O professor titular da Faculdade de Educação da UFRGS Fernando Becker, diz que a sociedade costuma se enganar sobre a função da escola. O ensino formal, esclarece, é continuidade de um processo que deve ser iniciado no núcleo da família. "À escola cabe apenas prover o indivíduo do conhecimento e da formação que a família não pode oferecer."
Becker reconhece que os professores estão despreparados, seja no conteúdo que ensinam, seja na forma de lidar com estudantes rebeldes. Segundo ele o professor deve exercer a autonomia do saber e não do poder. Em caso de violência por parte do aluno, deve entregar o caso para autoridades. E ele precisa trabalhar com uma pedagogia aberta, sem autoritarismo e sem deixar as coisas como estão para ver comoficam. E devetornar o aluno mais atuante no processo do conhe
cimento.
OBSTÁCULOS-dentor da preocupação de como as crianças e jovens são educados, os dados são pouco animadores.
ESCOLARIDADE- O Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef) revelou neste mês que 97,6% das crianças brasileiras entre 7 e 14 anso estão nas salas de aula, A procentagem rpresenta 27 milhões de estudantes.
Mas o Unicef chama a atenção para os 2,4% restantes. São 680 mil sem escola, a maioria formada por crianças negras, indígenas, quilombolas, pobres, sob o risco de violência e exploração, e com deficiência.
TRABALHO INFANTIL - Conforme o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, o número de menores trabalhando caiu cerca de 50% de 1992 a 2002. Mas ainda há cerca de 2,5 milhões de crianças e adolescentes menores de 15 anso trabalhando no Brasil.
EVASÃO ESCOLAR- Segundo a Fundação Getúlio Vargas(FGV), o grau de evasão na grande Porto Alegre entre jovens de 15 a 17 anos - chega a 18,7%. Trata-se da segunda pior taxa de evasão escoar ente as seis principais regiões metropolitanas do Brasil.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Que Auschwitz não se repita!!!

“É primordial para a educação que Auschwitz não se repita”.
Impossível conceber que toda a barbárie ocorrida a mais de 25 anos, foi comandada por pessoas que tiveram uma formação educacional. No entanto, não descartamos a possibilidade de que toda essa monstruosidade venha a ocorrer novamente, os homens vivem muitas vezes em estados de inconsciência.
O genocídio ainda existente apresenta suas raízes na ressurreição do nacionalismo agressivo que houve em vários países nos finais do século XIX. Pessoas matam grupos sociais e até familiares sem saberem explicar o por que de tal crueldade. Quantos casos vemos, ouvimos e lemos, no rádio, na televisão e nos jornais, maridos que matam mulher, filhos, sogras, cunhados(as), filhos que matam ou contratam alguém para matar os pais. Enfim é uma barbárie que retrata bem a falta de valores. Segundo o texto “não adianta apelar para valores externos com pessoas inclinadas para o genocídio”, precisamos fazê-los refletir sobre todo o mal já refletido na sociedade, para que talvez não voltem a cometê-los.
A escola precisa trabalhar desde a primeira infância, ou seja, na educação infantil com auto-reflexão crítica, pois como mostra a psicologia é nesse estádio que se formam os indivíduos capazes de perpetuar tais crimes. Podemos observar dentro das salas de aula, como existem crianças malvadas, que machucam os colegas por pura sensação de superioridade, e como as famílias muitas vezes passam a mão por cima dos erros de seus filhos, sempre colocando a culpa no outro (se meu filho fez isso é porque fizeram primeiro), ou ( eu já disse se te baterem mete a mão, tu não tem que apanhar de graça), são palavras que acabam incentivando as brigas, as desavenças, e nós professores ficamos sem saída, pois trabalhamos sempre objetivando a paz e a serenidade dentro da sala, da escola. Percebemos dia-a-dia, à violência dos alunos,a falta de compreensão, de coleguismo, enfim estamos sempre com a impressão de remar contra a maré.
Outro fator que compromete o trabalho do educador é a “claustrofobia da humanidade- sensação de clausura num contexto socializado e densamente estruturado. Quanto mais apertada a rede, mais quer-se sair dela, embora sua estreiteza o impeça. Aumentando a raiva contra a civilização, revolta brutal e irracional”. Esse é o tipo mais comum dentro das salas de aula, alunos que de uma hora para outra viram de cabeça para baixo, ou seja, crianças que nunca apresentaram problemas comportamentais, ao se depararem com líderes negativos (rebeldes, malandros) se voltam para o lado da malandragem, nesse ponto acredito que a mídia possui grande influência negativa, pois estão sempre apresentando pontos negativos e que acabam tendo resultados positivos. Adolescentes que matam, roubam, fumam e que não podem ser condenados, presos, por serem de menores de idade. Ou então, passam algum tempo reclusos e saem fazendo atrocidades piores.
Na minha escola, alunos brigam na sala, batem nos colegas e não recebem nenhum tipo de punição, isso acaba reforçando a malandragem, demonstrando que escola e professor estão cada vez mais desmoralizados.
Vivemos numa sociedade onde os meios de comunicação distorcem os valores que procuramos trabalhar em aula. Sabemos que as famílias estão totalmente desestruturadas, pais que dão presentes para os filhos para não precisarem sentar para conversar, não auxiliarem com o tema, para saber como foi o dia da criança, enfim o amor, carinho, confiança, estão perdendo lugar para os brinquedos, os DVDS, as roupas, os calçados, é o chamado mercado de consumo. Por outro lado temos crianças que não encontram atenção de jeito nenhum dos pais, nem mesmo quando a direção faz o convite para que venham conversar sobre seus filhos, a resposta quando mandam é que não possuem tempo. Tudo isso a criança percebe e acaba interiorizando a falta de interesse dos pais. O que esperar de uma criança que não possui atenção, só recebe desatenção e xingamentos” aquele que é duro contra si mesmo adquire o direito de sê-lo contra os demais e se vinga da dor que não teve a liberdade de demonstrar, que precisou reprimir.” Então a forma que esses indivíduos encontram para se libertarem dessa dor, dessa falta de amor é voltando-se para a malandragem, para o mundo do crime, são os chamados líderes de gangues, chefes do tráficos,etc.
Enfim, a educação é primordial para que se evite um retorno a Auschwitz, “precisamos entender como se produz o caráter manipulativo para depois, pela modificação das condições evitar o seu reaparecimento na medida do possível”.
Com a leitura deste texto percebo que muito temos a trabalhar dentro das escolas, pois temos uma sociedade inteira que conspira contra a instituição escola, enquanto os professores tentam trabalhar com a auto-reflexão, com os valores, encontramos fora dali, meios que fornecem todo um endeusamento no bens materiais e superficiais ( que dão prazeres momentâneos), e infelizmente é por ai que corremos o risco de renovarmos a monstruosidade de Auschwitz.

Os índios no Brasil

Fazendo uma reflexão sobre o texto "Os índios no Brasil: quem são e quantos são", escrito pelo representante do povo Baniwa, Gersen dos Santos Luciano. É impressionante identificar que pessoas que aqui viviam muito antes da chegada dos européus, cuidando e preservando a terra, retirando dela somente o essencial para seu sustento, foram dizimados por indivíduos ambiciosos e sem sentimentos. Observar essa dura realidade em que no ano de 1500 haviam cerca de 5 milhões de índios. E atualmente segundo estatísticas do IBGE existem cerca 700.000 índios em todo o Brasil. Pessoa que precisaram renegar suas origens, suas etnias, para conseguirem sobreviver e quem sabe hoje recontar sua história através de seus descendentes.
E nós enquanto professores não estamos contribuindo em nada para que se reconstrua a auto-estima identitária do povo indígena.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

AUTISMO

O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”.

AUTISMO

O que é?

Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.

O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.

Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.

Causas

A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).

Sintomas e diagnóstico

Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares e repete continuamente certos atos e rituais. A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada. Quando falamos com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.

Sintomas de autismo em uma criança levam o médico ao diagnóstico, que é feito através da observação. Embora nenhum teste específico para autismo esteja disponível, o médico pode executar certos testes para procurar outras causas de desordem cerebral.

A maioria das crianças autistas tem desempenho intelectual desigual, assim, testar a inteligência não é uma tarefa simples. Pode ser necessário repetir os testes várias vezes. Crianças autistas normalmente se saem melhor nos itens de desempenho (habilidades motoras e espaciais) do que nos itens verbais durante testes padrão de Q.I. Acredita-se que aproximadamente 70 por cento das crianças com autismo têm algum grau de retardamento mental (Q.I. menor do que 70).

Entre 20 e 40 por cento das crianças autistas, especialmente aquelas com um Q.I. abaixo de 50, começam a ter convulsões antes da adolescência.

Algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada. Em adultos com autismo, as imagens da ressonância magnética podem mostrar anormalidades cerebrais adicionais.

Uma variante do autismo, às vezes chamada de desordem desenvolvimental pervasiva de início na infância ou autismo atípico, pode ter início mais tardio, até os 12 anos de idade. Assim como a criança com autismo de início precoce, a criança com autismo atípico não desenvolve relacionamentos sociais normais e freqüentemente apresenta maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Essas crianças também podem ter síndrome de Tourette, doença obsessivo-compulsiva ou hiperatividade.

Assim, pode ser muito difícil para o médico diferenciar entre essas condições.

Prognóstico e tratamento

Os sintomas de autismo geralmente persistem ao longo de toda a vida.

Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência subnormal - por exemplo, aquelas com Q.I. abaixo de 50 em testes padrão - provavelmente irão precisar de cuidado institucional em tempo integral quando adultos.

Crianças autistas na faixa de Q.I. próximo ao normal ou mais alto, freqüentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial.

Fonoterapia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.

A linguagem dos sinais às vezes é utilizada para a comunicação com crianças mudas, embora seus benefícios sejam desconhecidos. Terapia comportamental pode ajudar crianças severamente autistas a se controlarem em casa e na escola. Essa terapia é útil quando uma criança autista testar a paciência de até mesmo os pais mais amorosos e os professores mais dedicados.

Lista de Checagem do Autismo

A lista serve como orientação para o diagnóstico. Como regra os indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% das características relacionadas. Os sintomas podem variar de intensidade ou com a idade.
Dificuldade em juntar-se com outras pessoas,
Insistência com gestos idênticos, resistência a mudar de rotina,
Risos e sorrisos inapropriados,
Não temer os perigos,
Pouco contato visual,
Pequena resposta aos métodos normais de ensino,
Brinquedos muitas vezes interrompidos,
Aparente insensibilidade à dor,
Ecolalia (repetição de palavras ou frases),
Preferência por estar só; conduta reservada,
Pode não querer abraços de carinho ou pode aconchegar-se carinhosamente,
Faz girar os objetos,
Hiper ou hipo atividade física,
Aparenta angústia sem razão aparente,
Não responde às ordens verbais; atua como se fosse surdo,
Apego inapropriado a objetos,
Habilidades motoras e atividades motoras finas desiguais, e
Dificuldade em expressar suas necessidades; emprega gestos ou sinais para os objetos em vez de usar palavras.


http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?44 (Consultado em 03/06/09, às 15:44)