domingo, 26 de abril de 2009

Estágios do Desenvolvimento

Para Piaget, o desenvolvimento da criança acontece por estágios, onde ocorre uma modificação progressiva dos esquemas de assimilação, favorecendo o indivíduo a interagir com o meio de diversas maneiras. Piaget não define idades rígidas para esses estágios, mas que estes se apresentam numa seqüência constante.
Estágio sensório-motor = de o a 2 anos (+ ou -): A atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. Característica principal dessa fase é a ausência da função semiótica, isto é, ela não representa mentalmente os objetos. A estimulação ambiental deve ser de natureza sensorial( visão, audição, tato, paladar e olfato) e motora (movimentos do corpo). As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Estágio pré – operacional = de 2 a 6 anos (aproximadamente): A criança desenvolve capacidade simbólica, já não depende unicamente de suas sensações, seus movimentos, já distingue um significador (imagem, símbolo ou palavra) do que ele significa (o objeto ausente).
A criança deste estágio é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente no lugar do outro. Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação(fase dos por quês). Possui percepção global sem discriminar detalhes. Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Estágio das operações concretas = dos 7 aos 12 anos (aproximadamente): A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade... já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
Estágios das operações formais = dos 13 anos em diante: ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstrato. Ocorre a liberação do objeto concreto. O sujeito torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não acredita, ou que ainda não acredita, que ainda considera puras hipóteses. A representação agora permite a abstração total. Ela busca soluções a partir das hipóteses e não apenas pela observação da realidade.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

AULA 3 – APRENDIZAGEM


Sempre fui uma pessoa que apresentava muitas dificuldades para desenhar, representar pessoas então, eram somente aqueles bonequinhos com corpinho de palitinho. Cresci assim, e o tempo passou, quando iniciei no magistério vi essa dificuldade se acentuar, pois com as crianças pequenas precisamos muito do desenho para que eles façam associação com a letra. Mas o tempo sempre curto nos dois sentidos, fez essa dificuldade ser deixada para depois.
Este ano recebemos na escola a visita de um professor de desenho, veio divulgar seu trabalho com as crianças, e ao mesmo tempo ofereceu uma oficina para os professores. No primeiro sábado deste mês já tínhamos agendado a primeira reunião pedagógica de 4h, então o professor marcou a primeira aula.
Quando ele chegou na sala, perguntou quem sabia desenhar, ninguém levantou a mão. Trocou a pergunta, quem não sabia desenhar, todos ergueram a mão. Então ele disse que todos iriam sair desenhando, risadas geral. Imaginem, quem desenhou a vida inteira bonecos de palitinhos, em uma aula desenhar pessoas!!
Esse professor usa uma técnica bem interessante, usa letras para fazer os desenhos, quer dizer, parte de algo que a pessoa está sempre visualizando, letras existem por todos os lados.
Iniciou com os olhos, e ao mesmo tempo pedia que nós fizéssemos na nossa folha, foi brincando, rindo, quando me dei por conta tinha feito o primeiro boneco ( com pernas e braços) da minha vida Após passamos para o Ronaldinho Gaúcho, uma menina, um dragão, um coelhinho,índio (Pica-pau) Homer Simpson e para finalizar um sapo. A cada desenho eu vibrava e me encantava, algo que eu sempre quis fazer e num passe de mágica, lá estava eu, DESENHANDO.
Fui a aluna mais empolgada da aula! Quando o professor terminou sua aula, e iniciou nossas caricaturas, peguei um cartão que ele trouxe, e desenhei um menino que lá estava. Mostrei a ele e recebi elogios. Três dias depois ele retornou na escola, e mostrei três desenhos que havia feito( Bob Esponja, Puka, Smillingüido), ele elogiou-me novamente e comentou que eu sabia desenhar sim, só não sabia disso, havia bloqueado em algum momento e não tinha conseguido sublimar essa dificuldade. Estou tão segura, que hoje (09/04), minha filha menor, precisava fazer o corpo de um coelho, disse para mim que eu não sabia fazer, ao que respondi sei sim, traz aqui (estava fazendo meus trabalhos de faculdade, olhei para o rosto do coelho e fiz um corpo bem proporcional. Para quem lê parece uma bobagem, mas só para quem consegue uma vitória dessa é que sabe como é importante para nossa auto-estima.
Piaget (1976, p. 37) insiste na idéia de que conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois, “conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo....”
Aprender ou re-aprender a desenhar, depois de tantos anos foi novamente na escola que obtive essa oportunidade, talvez no mesmo lugar em que fui podada ( não lembro), uma aprendizagem individual e coletiva ao mesmo tempo, coletiva porque estávamos trocando idéias e sugestões, individual, porque eu estava agindo sobre o objeto de aprendizagem, estava estabelecendo relações das letras para formar as partes do corpo humano, do animal, enfim partindo de algo já conhecido, mas transformando-o ao mesmo tempo.
O material que utilizei para construção dessa aprendizagem nova foi o lápis, o papel, o formato das letras. No momento em que precisei fazer uma orelha, uma perna, precisava associá-lo a letra que seria mais semelhante para fazer aquela parte, quer dizer já existia um conhecimento prévio.
OBS: No entanto fiz a mesma atividade com meus alunos, como estamos na semana da Páscoa fizemos o coelhinho, e eles não apresentaram nenhuma dificuldade em representá-lo.
AULA 2 – AÇÃO


Trabalho com uma turma de 1º ano de 9, alunos com 6 anos de idade.
Técnica do cordão – reconhecendo cores primárias.
Objetivos desta atividade:
- conceituar as cores primárias;
- conhecer as cores primárias e suas variações de tonalidade;
- identificação e diferenças entre claro/escuro;
- observar as cores surgidas na sobreposição das primárias;
- valorizar os trabalhos abstratos.
Essa atividade será realizada individualmente, no entanto eles sentam em grupo. Os materiais que serão utilizados para a atividade, têmpera, pincel, folha ofício branca, cordão, pote para colocar água, papel higiênico para limpeza do pincele papel pardo.
1º momento: As crianças pegam um pedaço de cordão, o pincel, têmperas amarela, vermelha e azul. Fazem a pintura do cordão por pedaços, intercalando as cores, após colocam o cordão em cima do papel branco, friccionam com a mão o cordão e vão puxando com calma a ponta do mesmo. A seguir abrem a folha e lá irá aparecer desenhos abstratos.
2º momento: Após a euforia inicial, a exposição dos trabalhos na parede, voltamos a conversar sobre as cores. A professora questiona se ao nosso redor só temos cores primárias? Como será que surgiram as outras cores? Deixar os alunos expressarem suas idéias, em seguida convidá-los a fazer mistura das cores que acabamos de trabalhar, para ver o resultado que teremos. Fazer uma tabela em papel pardo, onde constará as cores misturadas e as cores que surgiram.
Piaget (1976, p .37) diz que “conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo.”
Acredito que esta atividade proposta para os alunos vem de encontro a essa idéia de Piaget, pois todos eles conhecem as cores( alguns não sabem nomeá-las), vivem cercados por elas, mas muitos não sabem de onde surgiram. No momento em que elas começam a misturá-las aleatoriamente, e surgem outras cores, estão interagindo e transformando o objeto de estudo.
Nesse trabalho quanto menos o professor interferir melhor, a observação aqui é o que melhor se adapta, pois “é a ação do sujeito que possibilita a construção de suas estruturas cognitivas”.
Texto “O Dilema do Antropólogo Francês”

Ao iniciar sua pesquisa já deveria ter consciência que sua pessoa de algum modo iria causar impacto num meio em que era um total estranho. Mesmo os nativos tendo a ilusão de que homens brancos eram os mensageiros dos Deuses, o antropólogo não tinha o direito de omitir a verdade de tais nativos, no momento em que o antropólogo omite a verdade sobre sua verdadeira origem, e deixa os nativos acreditando somente nas suas crenças, já perdeu sua credibilidade junto aos mesmos, pois eles possuem o direito de saber a verdade sobre o que acontece no mundo fora da sua aldeia, até para que venham proteger-se de futuros intrusos, que poderão trazer a escravidão ou total destruição desse povo. Pode-se imaginar a frustração e revolta desses nativos, se um dia chegarem a descobrir da pior forma possível que brancos jamais foram mensageiros dos Deuses, e sim pessoas mal intencionadas, decididas a fazerem maldade com a ingenuidade e ignorância dos demais. Percebe-se também que o antropólogo na medida em que não desfaz a crença dos nativos, em outra ocasião poderá perder sua credibilidade perante a eles. Pois o mundo é redondo e dá muitas voltas , não pode-se pensar somente no hoje, o amanhã já está chegando e aí pode-se inverter os papéis. Ex: imaginemos que o antropólogo tenha ido embora do arquipélago e não desfez a crença, outros brancos mais espertos apareceram e fizeram misérias com tal povo, acontece o azar dele ter que voltar, agora já não encontrará mais os ingênuos nativos, e infelizmente não terá a mesma felicidade, talvez não consiga mais sair de lá. Do que adiantou não tentar interferir nessa cultura?
No momento em que ele resolveu partir para esse tipo de pesquisa, num lugar em que a cultura é totalmente diferente, deveria ter consciência de que de uma forma ou de outra sua interferência iria ocasionar riscos, tanto positivos quanto negativos.
Positivo, pois quando observa-se alguma cultura, tem-se a idéia de que a nossa é a mais certa, mais apropriada. Porém, os nativos tinham o direito de saber as “verdades” que ocorrem fora de seu arquipélago, até para poderem formar uma opinião dos futuros intrusos que por ali irão aparecer, melhor que aprendam com alguém mais informado, do que com pessoas inescrupulosas. Ter informações de outras culturas, não é ao meu ver tão ruim assim, pois faz com que as pessoas que a recebam possam reformular seus conceitos. Poderiam ambos trocar idéias de suas crenças e assim todos saírem beneficiados.
Negativo, se os nativos continuarem com suas crenças, com sua ingenuidade sobre os homens brancos, certamente só terão problemas com futuros visitantes. Se um dia vierem a descobrir a mentira do homem branco, certamente sua raiva e vontade de vingança estará mais acentuada. E acredito que ai sim o antropólogo poderá temer por sua vida.
Mesmo o antropólogo tendo receio por sua vida, achando que se desmentisse a crença deles poderia correr risco de vida, deveria ter arriscado, pois muitas vezes a verdade é o único caminho, no momento que que ele surgiu na frente dos nativos tanto suas vidas quanto sua cultura sofreram alterações.
Nasci em 29 de junho de 1970, sob o signo de câncer. Recebi o nome de Ana Beatriz, segundo minha mãe uma lembrança de uma linda menina que ela cuidou quando moça. Infelizmente minha mãe teve um aborto, e teve alguns problemas, os quais a impossibilitaram de ter outros filhos. Resultado sou filha única, quando pequena não ligava, hoje com meus 38 anos, sinto muito falta de uma pessoa com a qual pudesse trocar confidências, dividir dores, enfim um mano(a). Ás vezes, sinto inveja quando ouço alguém chamar pelo irmão(a). Mas mesmo assim cresci num ambiente cercado de amor, carinho e proteção. Mesmo sendo única, tive que aos treze anos sair para trabalhar num comércio cerealista, depois em supermercado, perfumaria, escritórios(médico e contábil), loja de bijuterias,etc. Em 1999, fui nomeada professora em Gravataí. Sou morena clara( leite), cabelos castanhos, olhos castanhos, possuo muitos sinais no corpo, mas tenho um igual ao de minha mãe, no pescoço do lado direito. Sou alegre, emotiva(meu marido diz que choro ate por comercial de televisão), prestativa, adoro limpeza, odeio bagunça, procuro me esforçar para ter o melhor e dar o melhor para minhas filhas. Fui mãe aos 28 anos e recebi meu 1º tesouro- Mariana (11 anos). Aos 31 nasceu meu 2º tesouro- Nathália, ambas a razão da minha vida. Aos 34 anos faleceu meu pai aos 65 anos, foi uma perda muito grande que ainda hoje dói, a saudade é muito presente, e por uma triste ironia do destino, ele faleceu no mesmo dia que minha filha estava fazendo 3 anos, incrível como a vida nos prega peças, dois sentimentos num mesmo dia, alegria por minha filha completar mais um ano de vida, tristeza -por ser mais um ano sem meu pai. Ele era um porto muito seguro para mim, fiquei muito perdida, mas aos poucos a vida vai voltando a seu prumo. Tive em minha vida duas perdas muito significativas, aos 16 anos perdi minha vó( uma companheira e tanto, uma pessoa muito forte, muito esforçada, que sempre enfrentou seus obstáculos de cabeça erguida). Algumas características que herdei de meus pais: mãe – sorriso, espontaneidade, agilidade, rapidez em fazer a as atividades, cabelo ondulado, sinais no corpo, força de vontade, honestidade, humildade. Pai- o formato dos pés, unhas, o nariz, alguns traços na fisionomia, uma mania de fazer um biquinho( quando está pensando, ou preocupado). Até meus 25 anos, falava pelos cotovelos, depois comecei a observar mais do que falar( meu pai era assim). Com ambos aprendi a ter respeito por todas as pessoas, o espírito de colaboração e a humildade acima de qualquer coisa.
EU E OS OUTROS

Procuro conviver bem com todos que me cercam, muitas vezes escuto coisas que magoam, mas não revido para poder viver num ambiente agradável. No meio profissional, sinto que tenho colegas verdadeiros que apreciam minha companhia, assim como têm aqueles que adorariam me ver pelas costas. Interessante como num meio de educadores, existam tantas pessoas maldosas, querendo ver o mal dos outros. (Esqueço que antes de serem educadores, são seres humanos). Assim como na vida pessoal, na profissional procuro sempre fazer o melhor para que meus alunos estejam num ambiente agradável de estudar. Estou sempre disposta a ajudar e isso causa aborrecimentos em certos colegas de trabalho, os quais sabem somente queixar-se das coisas, mas não fazem nada para ajudar a melhorar.
Na verdade não fico muito preocupada em saber se algumas pessoas gostam ou não de mim, nem Jesus Cristo agradou a todos, que dirá nós simples mortais. Acredito que precisamos prestar contas somente a ele, o resto é o resto. Faço minha parte enquanto, pessoa, profissional, mãe, esposa, aluna.
Escuto meus familiares dizer que sou muito parecida com tia Nelci (falecida), irmã de minha mãe, gosto de lavar as coisas de mangueira (só não lavo dentro de casa porque não dá), faço bastante comida e doces igual á ela, meu marido diz que quando prendo o cabelo no alto da cabeça, fico mais parecida ainda. Tenho uma barriga acentuada (igual as irmãs de meu pai), sou muito forte, não desisto fácil, como minha avó materna. Era também minha madrinha, pessoa da qual sinto muita falta, ela faleceu eu tinha apenas anos, foi uma perda muito grande na minha vida, éramos bem amigas. Gosto de cantar, tenho facilidade para gravar as letras das músicas, bem como um primo materno, sou da família “Lima”, quando nos reunimos sempre sai uma roda de cantoria. Meu avô materno, adorava pegar seu cavaquinho e cantar.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Para refletir

Todo homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo". (Edward Gibbon)

Aprendizagem - Piaget

Sempre fui uma pessoa que apresentava muitas dificuldades para desenhar, representar pessoas então, eram somente aqueles bonequinhos com corpinho de palitinho. Cresci assim, e o tempo passou, quando iniciei no magistério vi essa dificuldade se acentuar, pois com as crianças pequenas precisamos muito do desenho para que eles façam associação com a letra. Mas o tempo sempre curto nos dois sentidos, fez essa dificuldade ser deixada para depois.
Este ano recebemos na escola a visita de um professor de desenho, veio divulgar seu trabalho com as crianças, e ao mesmo tempo ofereceu uma oficina para os professores. No primeiro sábado deste mês já tínhamos agendado a primeira reunião pedagógica de 4h, então o professor marcou a primeira aula.
Quando ele chegou na sala, perguntou quem sabia desenhar, ninguém levantou a mão. Trocou a pergunta, quem não sabia desenhar, todos ergueram a mão. Então ele disse que todos iriam sair desenhando, risadas geral. Imaginem, quem desenhou a vida inteira bonecos de palitinhos, em uma aula desenhar pessoas!!
Esse professor usa uma técnica bem interessante, usa letras para fazer os desenhos, quer dizer, parte de algo que a pessoa está sempre visualizando, letras existem por todos os lados.
Iniciou com os olhos, e ao mesmo tempo pedia que nós fizéssemos na nossa folha, foi brincando, rindo, quando me dei por conta tinha feito o primeiro boneco ( com pernas e braços) da minha vida Após passamos para o Ronaldinho Gaúcho, uma menina, um dragão, um coelhinho,índio (Pica-pau) Homer Simpson e para finalizar um sapo. A cada desenho eu vibrava e me encantava, algo que eu sempre quis fazer e num passe de mágica, lá estava eu, DESENHANDO.
Fui a aluna mais empolgada da aula! Quando o professor terminou sua aula, e iniciou nossas caricaturas, peguei um cartão que ele trouxe, e desenhei um menino que lá estava. Mostrei a ele e recebi elogios. Três dias depois ele retornou na escola, e mostrei três desenhos que havia feito( Bob Esponja, Puka, Smillingüido), ele elogiou-me novamente e comentou que eu sabia desenhar sim, só não sabia disso, havia bloqueado em algum momento e não tinha conseguido sublimar essa dificuldade. Estou tão segura, que hoje (09/04), minha filha menor, precisava fazer o corpo de um coelho, disse para mim que eu não sabia fazer, ao que respondi sei sim, traz aqui (estava fazendo meus trabalhos de faculdade, olhei para o rosto do coelho e fiz um corpo bem proporcional. Para quem lê parece uma bobagem, mas só para quem consegue uma vitória dessa é que sabe como é importante para nossa auto-estima.
Piaget (1976, p. 37) insiste na idéia de que conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois, “conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo....”
Aprender ou re-aprender a desenhar, depois de tantos anos foi novamente na escola que obtive essa oportunidade, talvez no mesmo lugar em que fui podada ( não lembro), uma aprendizagem individual e coletiva ao mesmo tempo, coletiva porque estávamos trocando idéias e sugestões, individual, porque eu estava agindo sobre o objeto de aprendizagem, estava estabelecendo relações das letras para formar as partes do corpo humano, do animal, enfim partindo de algo já conhecido, mas transformando-o ao mesmo tempo.
O material que utilizei para construção dessa aprendizagem nova foi o lápis, o papel, o formato das letras. No momento em que precisei fazer uma orelha, uma perna, precisava associá-lo a letra que seria mais semelhante para fazer aquela parte, quer dizer já existia um conhecimento prévio.
OBS: No entanto fiz a mesma atividade com meus alunos, como estamos na semana da Páscoa fizemos o coelhinho, e eles não apresentaram nenhuma dificuldade em representá-lo.

AÇÃO - Piaget

Trabalho com uma turma de 1º ano de 9, alunos com 6 anos de idade.
Técnica do cordão – reconhecendo cores primárias.
Objetivos desta atividade:
- conceituar as cores primárias;
- conhecer as cores primárias e suas variações de tonalidade;
- identificação e diferenças entre claro/escuro;
- observar as cores surgidas na sobreposição das primárias;
- valorizar os trabalhos abstratos.
Essa atividade será realizada individualmente, no entanto eles sentam em grupo. Os materiais que serão utilizados para a atividade, têmpera, pincel, folha ofício branca, cordão, pote para colocar água, papel higiênico para limpeza do pincele papel pardo.
1º momento: As crianças pegam um pedaço de cordão, o pincel, têmperas amarela, vermelha e azul. Fazem a pintura do cordão por pedaços, intercalando as cores, após colocam o cordão em cima do papel branco, friccionam com a mão o cordão e vão puxando com calma a ponta do mesmo. A seguir abrem a folha e lá irá aparecer desenhos abstratos.
2º momento: Após a euforia inicial, a exposição dos trabalhos na parede, voltamos a conversar sobre as cores. A professora questiona se ao nosso redor só temos cores primárias? Como será que surgiram as outras cores? Deixar os alunos expressarem suas idéias, em seguida convidá-los a fazer mistura das cores que acabamos de trabalhar, para ver o resultado que teremos. Fazer uma tabela em papel pardo, onde constará as cores misturadas e as cores que surgiram.
Piaget (1976, p .37) diz que “conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo.”
Acredito que esta atividade proposta para os alunos vem de encontro a essa idéia de Piaget, pois todos eles conhecem as cores( alguns não sabem nomeá-las), vivem cercados por elas, mas muitos não sabem de onde surgiram. No momento em que elas começam a misturá-las aleatoriamente, e surgem outras cores, estão interagindo e transformando o objeto de estudo.
Nesse trabalho quanto menos o professor interferir melhor, a observação aqui é o que melhor se adapta, pois “é a ação do sujeito que possibilita a construção de suas estruturas cognitivas”.

EU E OS OUTROS

É muito fácil falarmos dos outros,acharmos defeitos,falhas,dar elogios,criticar, enfim, "pimenta nos olhos dos outros não arde", como diz o ditado popular. Mas no momento que precisamos parar e analisarmos a nós próprios, é que percebemos que é mais difícil.
Nasci em 29 de junho de 1970, sob o signo de câncer. Recebi o nome de Ana Beatriz, segundo minha mãe uma lembrança de uma linda menina que ela cuidou quando moça. Infelizmente minha mãe teve um aborto, e teve alguns problemas, os quais a impossibilitaram de ter outros filhos. Resultado sou filha única, quando pequena não ligava, hoje com meus 38 anos, sinto muito falta de uma pessoa com a qual pudesse trocar confidências, dividir dores, enfim um mano(a). Ás vezes, sinto inveja quando ouço alguém chamar pelo irmão(a). Mas mesmo assim cresci num ambiente cercado de amor, carinho e proteção. Mesmo sendo única, tive que aos treze anos sair para trabalhar num comércio cerealista, depois em supermercado, perfumaria, escritórios(médico e contábil), loja de bijuterias,etc. Em 1999, fui nomeada professora em Gravataí. Sou morena clara( leite), cabelos castanhos, olhos castanhos, possuo muitos sinais no corpo, mas tenho um igual ao de minha mãe, no pescoço do lado direito. Sou alegre, emotiva(meu marido diz que choro ate por comercial de televisão), prestativa, adoro limpeza, odeio bagunça, procuro me esforçar para ter o melhor e dar o melhor para minhas filhas. Fui mãe aos 28 anos e recebi meu 1º tesouro- Mariana (11 anos). Aos 31 nasceu meu 2º tesouro- Nathália, ambas a razão da minha vida. Aos 34 anos faleceu meu pai aos 65 anos, foi uma perda muito grande que ainda hoje dói, a saudade é muito presente, e por uma triste ironia do destino, ele faleceu no mesmo dia que minha filha estava fazendo 3 anos, incrível como a vida nos prega peças, dois sentimentos num mesmo dia, alegria por minha filha completar mais um ano de vida, tristeza -por ser mais um ano sem meu pai. Ele era um porto muito seguro para mim, fiquei muito perdida, mas aos poucos a vida vai voltando a seu prumo. Tive em minha vida duas perdas muito significativas, aos 16 anos perdi minha vó( uma companheira e tanto, uma pessoa muito forte, muito esforçada, que sempre enfrentou seus obstáculos de cabeça erguida). Algumas características que herdei de meus pais: mãe – sorriso, espontaneidade, agilidade, rapidez em fazer a as atividades, cabelo ondulado, sinais no corpo, força de vontade, honestidade, humildade. Pai- o formato dos pés, unhas, o nariz, alguns traços na fisionomia, uma mania de fazer um biquinho( quando está pensando, ou preocupado). Até meus 25 anos, falava pelos cotovelos, depois comecei a observar mais do que falar( meu pai era assim). Com ambos aprendi a ter respeito por todas as pessoas, o espírito de colaboração e a humildade acima de qualquer coisa.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Corujita, A Professora

Corujita, A Professora
Jorge Linhaça

Lá no bosque encantado
vive Dona Corujita.
Com seu jeito animado
todo aluno ela conquista
Lá no galho da amoreira
ela fez a sua escola
Corujita é bem faceira
prá ensinar não se enrola
Passa do dia procurando
jeitos novos de ensinar
Quando pode vai brincando
na escola ao luar
A garotada agradece
por tanta dedicação:
fazem sempre uma prece,
lembram dela na oração
Ensinar não é brinquedo,
haja jogo de cintura!
Tem no meio mil segredos:
é preciso ter candura.
Corujita, minha amiga,
é o exemplo que escolhi,
Deus, à todo mestre bendiga,
seja o professor mais feliz!
Quero aqui agradecer
essa classe especial
que de ensinar e aprender
fizeram o seu ideal.
Às amigas professoras
mando pois o meu carinho.
Mulheres batalhadoras
que abrem nossos caminhos
Ao amigo professor
vai também o meu recado
pois são homens de valor
e tão pouco são lembrados.
Aos alunos, amiguinhos,
nunca parem de estudar
sempre tenham mui carinho
por quem vem lhes ensinar
E agora já me vou,
Corujita está chamando,
pois o sinal já tocou
e na classe vou entrando.