terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ontem nos reunimos no pólo para continuarmos a elaboração do nosso PA, ao meu ver escolhemos um assunto muito rico para discussão. É muito bonito lermos as leis, os Pareceres, mas a realidade não é tão bela quanto parece.
No início deste ano recebi uma aluna com Síndrome de Down, um menino com desvio de comportamento, fora os outros problemas que não possuem laudo. A escola especial Cebolinha nos atendeu somente uma vez até agora. Sendo que o discurso é que os docentes teriam uma reunião por mês, para falarmos dos progressos ou não dos alunos, das dificuldades encontradas, de atividades que poderia ser trabalhadas, belo engano!!
Me arrumo como posso dentro e fora da sala, quando estou atendendo a menina, o menino fica girando dentro da sala e chamando minha atenção. Quando estou atenddendo o menino é a vez da menina ficar puxando meus braços e me chamando para que eu não fique perto do menino. E assim passam os dias, sou sincera e dizer que não estou vendo avanço cognitivo por parte da menina, e isso me deixa angustiada, será que na escola especial ela não estaria se desenvolvendo melhor. Até que ponto a escola regular é boa para essas crianças?
Será que realmente estamos excluindo -as deixando-as na escola especial?
Quando os professores serão ouvidos? Quando nossas angústias serão ouvidas?
Interessante, como os componentes do nosso grupo pensam parecido quanto se trata deste assunto inclusão. Será que somos preconceituosas? Será que não temos boa vontade?
Será que não nos preocupamos com o bem estar dessas crianças que sempre foram discriminadas pela sociedade?
Uma colega comentou que na sua escola tem um aluno na cadeira de roda, tem o corpo tortinho, que na hora do recreio fica num canto do pátio, olhando para o nada, enquanto ao seu redor as crianças brincam, correm, gritam, será que essa é a inlcusão que os governantes querem?
O que será que passa na cabeça dessas criança especial, num mundo tão distante daquele que ela já estava habituada. São questões muito delicadas que estão gritantes na fala dos docentes, espero que consigamos com o PA, esclarecer essas dúvidas, essas angústias.
Temos muito trabalho pela frente!!!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Segundo Maturana" Construímos o mundo em que vivemos ao longo de nossas vidas". "Se vivemos e nos comportamos de um modo que torna insatisfatória a nossa qualidade de vida, a responsabilidade cabe a nós."
Erikson diz que: lado a lado com os estágios de desenvolvimento psicossocial descritos por Freud, havia estágios psicossociais de desenvolvimento do ego, nos quais o indivíduo tinha de fixar novas orientações básicas para si e para seu mundo social. Afirmou que o desenvolvimento da personalidade não para na adolescência, mas continua através de todo ciclo vital. E, finalmente, declarou que cada estágio tem ao mesmo tempo um componente positivo e outro negativo.
Acredito que as fases descritas por Erikson, e o que relata Maturana, possuem um elo entre si, pois elaboramos desde pequenos as coisas positivas e negativas em nossa vida. Tempos mais tarde quando encontramos alguma dificuldade, algum problema, buscamos em nossa memória fatos já acontecidos, que venham de encontro ao que estamos passando.
Desde pequenos vamos elaborando as fases que ocorrem em nossa vida, e quando nos tornamos adultos, muitas vezes colocamos essas fases em uso novamente, felizmente algumas pessoas conseguem superar os negativos de sua vida e acabam dando a volta por cima, fazendo de todos os pontos negativos, indicativos para não cometer os mesmos erros. E tornam-se adultos equilibrados, de bem consigo mesmos.
O que para alguns casos é bem diferente, pois quando as fases não conseguem ser superadas positivamente, encontramos pessoas frustradas, que para tudo acham dificuldades, e surge um novo ciclo onde as fases negativas, acabaram predominando sobre as positivas.

Certos acontecimentos....

Segunda-feira passada lendo o texto sobre Organização curricular da escola e avaliação da aprendizagem- Currículo: O coração da escola de Maria Beatriz Gomes da Silva, levantei uma questão junto a minha supervisora, orientadora e diretora da escola. Se tinhamos no nosso P.P.P. ou no Regimento algo que mencionasse sobre a classificação e reclassificação de discentes. Me senti ridícula, pois as três foram enfáticas em afirmar que isso não existia mais e não havia como classificar ou reclassificar aluno. Perguntei se em nenhuma série poderia acontecer algo parecido, a resposta foi a mesma (NÃO).
Voltei a minha sala e levei o texto para a vice-diretora ler, e disse que na hora do recreio iríamos conversar. Na sala dos professores levantei a questão novamente, uma colega que foi vice-diretora em outra escola, afirmou que sim , que pode haver classificação e reclassificação. Nisso entrou a orientadora e eu a questionei novamente, mostrando o texto e o Art.23 e 24 da LDB, que deixa claro a autonomia da escola, amparada na lei. Ela me respondeu que não entendia nada sobre isso. Pedi que ela levasse o texto para a supervisora ler, voltei para sala e peguei o nosso Regimento, qual não foi minha surpresa ao ler sobre a classificação e reclassificação bem explicito nas normas. Retornei a sala do SOE, e agora depois da supervisora ler o texto, sua fala já era diferente. Então muito chata, perguntei:
-Fulana, você disse que não tínhamos classificação e reclassificação e o que é isto aqui no Regimento.
-Mas eu disse que só não havia, no 1º ano de 9 anos, e que nas outras séries poderia acontecer
-Não mesmo, o que você me disse é que não havia mais isso na escola, então como é que a LDB, deixa tão explícito, e vocês vivem dizendo que não podemos ferir a Lei maior no caso da educação a LDB. Como é que a escola não vai colocar no P.P.P. e no Regimento, e se um pai resolve nos cobrar, com que cara vamos dizer que não temos nada nomratizado, se é uma lei.
Ela enrolou e acabou não respondendo, fiquei indignada, pois uma pessoa que é chamada e concursada como especialista, não sabe o mínimo para guiar os professores na elaboração de documentos tão importantes para uma escola.
Estou gostando muito da interdisciplina Oragnização do Ensino Fundamental, pois tem uma linguagem clara, e nos mostra como precisamos sim estar atentos a tudo que se passa na escola, e sermos participantes em todos os processos que nela ocorre. Se foi bem aceita minha colocação, não me precoupa mais, porém sei que mexi um pouco com essas pessoas tão descansadas que existem na minha escola.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

" Cada um dos estágios no ciclo da vida humana se torna uma nova dimensão de "interação social", quer dizer, uma nova dimensão na interação da pessoa consigo mesma e ou com seu ambiente social."
Confiança X desconfiança = corresponde ao estágio oral, 1º ano de vida. A confiança que o bebê vem a ter nas outras pessoas ou em si própria, depende em grande parte dos cuidados que recebe. Se forem cuidados positivos, ela desenvolverá a confiança. Porém se os cuidados são irregulares, insuficientes, promove-se a desconfiança.
Autonomia X dúvida = corresponde ao estágio anal, 2 a 3 anos, surge a autonomia, desenvolvimento baseado nas habilidades motora e mental da criança.
A criança orgulha-se por fazer tudo sozinha, se for bem estimulada, é o sentido da autonomia que irá surgir. Porém se existe pessoas impacientes e fazem tudo pela criança, não deixando-a mostrar sua capacidade. Se são ríspidas demais e irrefletidas é que a criança cria um exagerado senso de dúvida em relação a sua capacidade de controlar o mundo e si própria.
Iniciativa X culpa = 4 a 5 anos, idade pré-escolar, dona do seu corpo, Faz atividades motoras por conta própria e não mais imita as ações dos outros. Surge neste estágio a iniciativa.
Grande participação dos pais, na superação desse estágio. No entanto, se os pais criticarem demais, acharem tudo errado, reclamarem das brincadeiras,etc, nesse caso fomentam o senso de culpa que ultrapassa as atividades da iniciativa própria.
Indústria X inferioridade = 6 a 11 anos, fase da latência. O amor pelos pais fica em repouso,. Criança torna-se capaz de raciocínio dedutivo e de brincar e aprender por regras. Como exmplo de indústria, temos a escola primária durante a qual predomina o interesse pela maneira como as coisas são feitas, como funciona e para que servem. Se as crianças são estimuladas em seus esforços, então o senso de indústria é promovido.
Se os pais consideram os esforços dos filhos como simples travessuras, ou como bagunça ajudam a estimular o senso de inferioridade.Nessa altura as instituições sociais, vêm a desempenhar um papel importante na crise de desenvolvimento do indivíduo.
Identidade X Confusão de papéis = 12 a 18 anos, ocorre um re-despertar do problema do romance familiar da 1ª infância. A maneira para resolver esse problema é encontrar um parceiro de sua geração. Os adolescentes podem hoje imaginar a respeito de como pensam as outras pessoas e conjeturar sobre o que estas pessoas pensam a seu respeito. O adolescente é um idealista impacinte que acredita ser tão fácil realizar um ideal, como é imaginá-lo.
Intimidade X isolamento = é o início da maturidade, período do namoro e começo da vida familiar. Aquisiçaõ prévia de um senso de identidade pessoal e a dedicação a um trabalho produtivo, assinalam este período, origem a uma nova dimensão interpessoal de intimidade, extremo de isolamento. Capacidade de compartilhar com outrem e cuidar de outrem, sem temor de perder-se a si mesmo. A sexualidade abrange o relacionamento entre amigos. Se não for criado um senso de intimidade com os amigos, ou com o parceiroconjugal, o rsultado, é a sensação de isolamento- de estar só- sem ninguém com quem compartilhar ou de quem cuidar.
Generatividade X absorção em si mesmo = meia idade, período em que as crianças tornam-se adolescentes, pais fixados no trabalho, traz consigo o potencial de uma nova dimensão com ageneratividade, num extremo ou a absroção em si mesmo e a estagnação, no outro.
Generatividade - a pessoa começa a interessar-se por outras fora de sua família imediata, com as gerações futuras e com a natureza da sociedade e do mundo e que elas viverão.
Integridade X desespero = último estágio, corresponde grosseiramente ao período em que os principais esforços do indivíduo aproximam-se do fim e há tempo para reflexão, desfrute dos netos. O senso de integridade decorre da capacidade do indivíduo de apreciar em retrospecto toda a sua vida com satisfação. Por outro lado ele vê a própria vida como uma série de oportunidades perdidas. Conclui que é tarde demais para começar de novo, o resultado aqui é o senso do desespero pelo que poderia ter sido.
Devemos ter claro que se em algum estágio o indivíduo não conseguiu superar a fase positiva, poderá em outra oportunidade vir a superá-la, ou amenizar alguns estágios.
Antes do Brasil tornar-se república, as províncias e os municípios já eram responsáveis pela organização e oferta de ensino primário e/ou ensino secundário. No final do século XIX, ao tornar-se República, o Brasil adotou a organização política federativa. Logo após, a instalação da república federativa, manteve-se a interpretação de que os Estados deveriam ter autonomia na oferta de ensino primário, a atuação do governo central nessa etapa era interpretado por alguns como um desrespeito à organização federativa do país.
Desse modo, desde os anos de 1930 existe uma organização nacional da educação, contudo a oferta das etapas anteriores ao ensino superior se manteve com responsabilidade, de fato, dos estados e municípios.
A União tem mantido, ao longo dos anos, atribuições que visam construir uma organização nacional, em especial as tarefas de legislação, normatização e planejamento. Todavia, a gestão e grande parte do financiamento da oferta de educação básica cabem aos governos estaduais e municipais.
A oferta educacional brasileira nasceu descentralizada, isto é, grande parte da responsabilidade nas mãos dos estados e municípios.
O governo federal transfere responsabilidades para os estados - municípios e sociedade.
A descentralização intergovernamental pode ocorrer pela transferência de capacidade fiscal e de poder de decisão na implementação de políticas dos estados e municípios, transferência aos estados e/ou municípios de responsabilidade pela implementação ou getsão de políticas definidas no nível federal.
As três esferas do governo contam com recursos fiscais próprios ou transferidos. Na àrea das políticas públicas sociais( previdências, assistência social, saúde, trabalho, emprego, educação, cultura, esporte, lazer e habitação) a Constituição prevê, para a maioria dos setores, a descentralização da gestão e a cooperação entre esferas de governo.
No entanto, devemos ter claro que a descentralização, não dá autonomia absoluta e total para as esferas de governo. Existem assuntos que precisam ser avaliados pela orgão maior, e outros que mesmo sendo resolvidos pelos três níveis de governo, não podem ultrapassar o que rege na Carta Magna.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Lendo a fase Indústria x Inferioridade de Erikson, relembrei a história de meu colega docente, que conta que quando entrou na escola aos 6 anos, estava louco para aprender a ler e gostava muito de olhar os gibis. Sua mãe ganhava das patroas e trazia para ele, que por sua vez escondia debaixo do travesseiro, pois seu pai adventista, dizia que os gibis eram livros que não prestavam. Ele conta que uma vez sua mãe trouxe vários gibis novos, e o pai descobriu foi até seu quarto e rasgou todos, mas num relance o menino pegou e guardou um, que segundo ele decorou de lado a lado. Percebo que aqui configura-se bem a fase descrita acima. Hoje ele com 33 anos, fez Graduação em Letras, vive com um livro debaixo do braço, devora tudo que vê, digo Lê tudo,tudo que puder; escreve muito, qualquer assunto, já serve para escrever páginas e páginas.
Segundo ele na escola encontrou uma professora que fez ele despertar também para o mundo da leitura e escrita.
Portanto como estudou Erikson, durante os anos da escola primária, o mundo da criança abrange mais do que o lar. As experiências escolares da criança contribuem de forma muito importante para o seu equilíbrio entre indústria e inferioridade.
Por conseguinte, se a criança irá formar um senso de indústria ou inferioridade, já não depende unicamente dos cuidados dos pais, mas das ações e iniciativas , dos outros adultos que interagem com ela. Acho que esse exmplo se encaixa bem nessa fase. E você que agora está lendo, o que acha???